História
Povoamento – Distrito – Município
Começo de tudo
As guerras, as crises sociais e econômicas, provocaram a emigração de italianos, principalmente da região norte, para o Brasil. A miséria, o desemprego, a propaganda enganosa das agências de imigração, motivaram muitos italianos a deixarem sua pátria e partirem em busca de novas esperanças em novas terras.
Chegando ao Brasil, os imigrantes recebiam autorização para ocuparem as colônias. Os que chegaram ao Porto de Itajaí, os nossos primeiros imigrantes seguiram até Brusque e se alojaram em barracas e barracões na localidade, hoje, de Águas Claras. Em seguida, com o uso de canoas e balsas improvisadas, subiram o Rio Itajaí-Mirim e se fixaram nas terras que denominaram “Porto Franco”, hoje Botuverá.
Ao chegarem nesta região, iniciaram construção de seus novos lares e sítios. Deram início ao desbravamento das matas, deram os primeiros passos para agricultura, que se tornou o marco econômico da população botuveraense até os nossos dias.
Não há fontes seguras dos nomes dos primeiros imigrantes de Porto Franco. De acordo com informações dos mais antigos (descendentes diretos), foi possível confirmar que entre os pioneiros vieram as famílias, Bósio, Bonomini, Pedrini, Molinari, Tirloni, Aloni, Gianesini, Betinelli, Raimondi, Rampelotti, Dognini, Morelli, Tomio, Maestri e Comandolli, num total de trinta e três famílias.
Cada família procurou um local para se estabelecer, delimitou e formou ali sua propriedade. Outras levas de imigrantes vieram. Ocuparam outras localidades como Águas Negras, Ribeirão do Ouro, Lageado, estabelecidas no Vale do Itajaí-mirim.
Os primeiros imigrantes chegaram a Porto Franco em maio de 1.876.
Emancipação
LEI PROMULGADA Nº 821, de 7 de maio de 1962
Procedência- Dep Raul Schaeffer outros
Natureza- PL 93/62
DA- nº 743 de 25.5.62
Fonte-ALESC/Div. Documentação
Cria os Municípios de Guabiruba e Botuverá.
O Deputado João Estivalet Pires Presidente da Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina, de conformidade com o disposto no § 3º do art. 28 e art. 29 da Constituição do Estado, faz saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu promulgo a seguinte Lei:
Art. 1º Ficam criados, de conformidade com a Resolução n º 238, de 28 de abril de 1962, da Câmara Municipal de Brusque, os Municípios de Guabiruba e Botuverá, desmembrados do Município de Brusque.
Art. 2º – O Município de Botuverá constituir-se-á de Distrito único, obedecendo os limites que constarão da presente Lei.
Art. 3º – O Município de Botuverá constituir-se-á de Distrito único, formado pelo atual. Distrito do mesmo nome e parte do Distrito de Brusque, obedecendo os limites que constarão da presente Lei.
Art. 4º – A sede do Município de Guabiruba será a localidade do mesmo nome, que passará à categoria de cidade e, a sede do Município de Botuverá, será a vila do mesmo nome que, passará a categoria de cidade.
Art. 5º – Os novos Municípios não terão responsabilidade nenhuma quanto a divida do Município do qual se desmembram.
Art. 6º – Os Municípios criados pela presente Lei passam a fazer parte da Comarca de Brusque.
Art. 7º – As dívidas do Município de Guabiruba são as seguinte:
A) – Com o .Município de Brusque:
Começa no divisor das águas ao Rio Itajaí-Mirim e Itajaí-Açú na Serra da Bateia; desse ponto segue pelo divisor das águas dos Rios Schleswig e Holstein até encontrar o divisor das águas dos Rios Peterstrasse e Holstein, conhecido pelo nome Morro Pelenz; desce pôr este divisor até encontrar a nascente do Ribeirão Orthmann; desce pôr ele até a sua foz no Rio Guabiruba; desse ponto segue pelo ponto mais alto do divisor nas águas do Rio Guabiruba e Itajaí-Mirim, conhecido pelo nome Morro Siegel; continua pôr este e pelo Morro Voss até encontrar a nascente do Ribeirão Werner; desce pôr ele até a. sua foz no Rio Itajaí-Mirim;
B) – Com o Município de Botuverá:
Segue pela margem direita do Rio Itajaí-Mirim, sobe até a foz do Ribeirão de Águas Negras; segue pela foz deste no Rio Itajaí-Mirim, pôr uma linha seca até encontrar e divisor das Águas do Ribeirões das Águas Cristalinas e Lajeado Grande; segue pelo mesmo divisor até encontrar a Serra do Itajaí na divisa com o Município do Blumenau;
C) – Com o Município de Blumenau:
Começa no ponto em que o divisor das águas dos Rios Encano e
Garcia encontra o divisor das águas entre os Rios Itajaí-Açú e Itajaí-Mirim, conhecido pelo nome de Serra do Itajaí.; segue pôr esta até encontrar o divisor das águas entre os Rios Garcia e Gaspar Grande;
D) – Com o Município de Gaspar:
Começa rio ponto em que o divisor das águas dos Rios Garcia e Gaspar-Grande encontra o divisor das águas entre os Rios Itajaí Açu e Itajaí Mirim, conhecido pelo nome de Serra do Itajaí, segue pôr esta passando pêlos Morros de Gaspar Pequeno até atingir a Serra da Bateia;
Art. 8º – As divisas do Município de Botuverá, são as seguintes:
A) – Com o Município de Brusque:
Partindo do entroncamento do Rio Itajaí-Mirim com o Ribeirão Werner; pôr uma linha seca até encontrar o Ribeirão Cedro Grande; seguindo até alcançar o Morro do Barão que leva até a divisa com o Município de Nova Trento (Morro do Barão).
B) – Com o Município de Guabiruba:
Partindo da divisa com Blumenau até encontrar-se com a Serra do Itajaí, segue pelo divisor das Águas Cristalinas e Lajeado Grande, até alcançar a extremidade sul do divisor das águas do Ribeirão das Águas Cristalinas e Itajaí-Mirim; segue desse ponto até encontrar a foz do Ribeirão das Águas Negras, no Rio Itajaí-Mirim;
C) – Com o Município de Nova Trento:
Começa no Morro do Barão, divisa com o Município de Brusque, continua pelo divisor das águas entre os afluentes dos Rios Itajaí-Mirim e Alto Braço, conhecido pelo nome de Serras do Tijucas até encontrar a Serra dos Faxinais;
D) – Com o Município de Vidal Ramos
Começa na nascente do Ribeirão Três, na Serra do Tijucas; desce pôr este Ribeirão até a sua foz no Ribeirão do Ouro: pôr este abaixo até a foz no Rio Itajaí-Mirím; pôr este acima até a foz do Rio Agrião;
E) – Com o Município de Presidente Nereu:
Começa na foz do Rio Agrião, no Rio Itajaí-Mirím; sobe pôr aquele até sua nascente na Serra do Itajaí, divisor das águas Encano e Ribeirão Agrião;
F) – Com o Município de Indaial:
Caneca no ponto de encontro da Serra dos Faxinais com o divisor das águas do Rio Itajaí Açu e Itajaí Mirim; segue pôr este divisor, conhecido pelo nome de Serra do Itajaí até o ponto cm que encontra o divisor das águas entre os Rios Encano e Garcia.
Art. 9º – As instalações dos Municípios criados pela presente Lei, deverão ser processados na conformidade com a legislação em vigor e, em data que for designada pelo Governador do Estado.
Art. 10 – Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação revogadas as disposições em contrário.
Palácio da Assembléia Legislativa, em Florianópolis, 7 de maio 1962
JOÃO ESTIVALET PIRES
Presidente
Origem dos Nomes
Porto Franco
Os primeiros imigrantes que aqui chegaram, escolheram o local para ancorar suas balsas e canoas na desembocadura do Rio Ribeirão Porto Franco, afluente do Itajaí-Mirim. Ao saírem para explorar e conhecer a região que tomariam posse definitiva, neste meio tempo ocorreu um temporal com chuvas fortes que resultou numa enchente no Rio Itajaí-Mirim. Ao voltarem, preocupados com suas canoas e balsas, seus únicos meios de transporte, tal foi a surpresa as observarem suas embarcações, girando sobre as águas da enchente, no mesmo local onde estavam ancoradas. Desde então, os imigrantes passaram a denominar o ancoradouro de “Porto Franco”, Porto Seguro, passando a ser a denominação do seu povoado e depois Distrito.
Botuverá
É uma palavra na língua Tupi-Guarani que significa “Bons Brilhantes”. Nome Botuverá foi originado em conseqüência da existência de vários minérios no Município, principalmente o ouro, que já foi um minério muito extraído, e foi uma das principais atividades econômicas do Município.
Existem alguns outros significados que são:
- Pedra Preciosa
- Montanhas Brilhantes
Todos os significados têm fundamento, considerando que em grande parte do território de Botuverá se encontram rochas magmáticas, metamórficas e sedimentares constituídas de minérios como ouro, ferro, cobre, manganês, pedras calcárias, urânio e outros.
Os vales e montanhas que caracterizam o relevo justificam o nome “Montanhas Brilhantes” cobertas por verdes matas garantindo um ar puro e saudável, além de apresentar paisagens dignas de serem vistas e admiradas por todos.
Povoamento – Distrito – Município
Com a chegada das primeiras trinta e três famílias, em 1.876, fundou-se o povoado, denominado pelos próprios imigrantes de “Porto Franco”, subordinado à Brusque. O território pertenceu a antiga Colônia Itajaí e depois, a Colônia Príncipe Dom Pedro. Foi em seguida incorporado ao município de Brusque.
No dia 14 de fevereiro de 1925, o Superintendente Municipal João Schaefer sanciona a lei n. 26 que cria no Município de Brusque, o Distrito de Paz de Porto Franco com limites entre o Ribeirão das Águas Negras e a cabeceira do rio Itajaí-Mirim. Foi primeiro Juiz o Sr. João Merico e suplentes os Srs. Francisco A. Werner, José Fachini e Pedro Colzani; escrivão o Sr. Humberto Mazzolli e subdelegado o Sr. Adamo Bonomini. A sede foi elevada à categoria de Vila pela Lei Estadual n. 86 de 31/03/1938.
Ainda em 1925, o Distrito de Paz, de Porto Franco, recém instalado, recebeu em 24 de julho, a visita do Cônsul da Itália Cav. Caetano Vechietti.
Em 7 de novembro de 1926, realizou-se as eleições para Superintende Municipal de Brusque, e para Juízes de Paz. No distrito de Porto Franco foi eleito para Juiz de Paz o Sr. João Morelli.
Em 1.945, Porto Franco foi elevado à categoria de Distrito e como primeiro Intendente Distrital foi nomeado o Sr. Adão Bonomini, que permaneceu no cargo até 1.952. Quem assumiu como novo Intendente foi o Sr. Augusto Ângelo Maestri, que governou a intendência até maio de 1.962.
Em 28 de abril de 1.962, a Câmara Municipal de Brusque, sob a presidência do Sr. João Batista Martins, sancionou a Resolução de Nº 238, que criava os municípios de Botuverá e Guabiruba, desmembrados do território do município de Brusque.
Em 07 de maio de 1.962, a Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina, através da Lei Nº 821, homologou a criação dos Municípios de Botuverá e Guabiruba.
Em 09 de junho de 1.962, foi instalado oficialmente o Município de Botuverá, data oficial da emancipação política e administrativa do mesmo. Nesta data assumiu provisoriamente como prefeito, o Sr. Zeno Belli, até ser eleito um prefeito efetivo, o que aconteceu em 03 de outubro de 1.962.